
O futebol é o esporte do povo, o que mais gostamos, o que mais tem a cara de Brasil, nossa pátria amada; porém seria o futebol um motivo de discórdia, briga, intrigas, desunião? é amigo leitor, parece que sim. Nos últimos anos, as torcidas organizadas, ou seja, torcidas dos times de futebol, feitas para dar incentivo e apoio aos seus clubes de coração, não tratam o futebol somente desta bonita forma.
As torcidas organizadas sempre foram motivo de festas; balões, bolas, bandeiras, bandeirinhas, faixas, panos, camisas, apitos, confetes, serpentinas, papel picado, papel higiênico, etc; tudo para enfeitar a festa com as cores do time e que sejam um brilho nos olhos de quem olha, dando até um certo "status" aos feitores de tal.
No início era realmente tudo assim: festas, gritos de incentivo, palmas e muita alegria. Nas últimas décadas sobretudo décadas de 1980,1990 e 2000´s a festa deu lugar as pancadarias, brigas por interesses, por localidades, por território, por dinheiro, por outros "status" e para se impôr no cenário do terror, quem bota mais terror, quem mais faz alguém correr, alguém sentir medo com a presença de tal organizada.
Porém tenho uma tese: nas décadas de 1950,1960,1970, haviam brigas, poucas ou muitas, mas haviam. Afinal assim como drogas e bebidas, brigas de torcidas, gangs, e seja lá qual for sempre existiram, só que de formas diferentes. O que dá para se pensar é que anteriormente nestas décadas citadas, as brigas não eram tão mostradas pelas mídias e por isso não havia tanto pânico para uma família ou um torcedor comum, o chamado "povão" ir ver o seu time do coração. Nos dias atuais e na década de 1990 a violência entre as torcidas ou facções organizadas se tornaram alvo da mídia para vender jornal, matéria e prender audiência do tele-espectador ou ouvinte.
É comum todo clássico no Rio de Janeiro e São Paulo, ouvirmos falar que houve uma morte ou um ferido por causa de uma briga causada por organizadas dos times que estariam jogando no dia em questão.
Na década de 1970 e 1980 a briga já havia se intensificado, mas era raríssimo a mídia falar uma palavra sobre tais atos; ou seja, era mais tranquilo do torcedor comum ir a jogos e sem muita preocupação com o que iria acontecer, visto que hoje o torcedor pensa duas vezes antes de ir e por causa dos episódios ocorridos, tem-se essa cautela toda.
Logicamente a culpa não é somente da mídia, que apenas faz o seu papel ao focalizar a realidade, assim como mostrar uma guerra no Iraque ou um tiroteio nas favelas, comunidades ou bairros pobres das cidades do Brasil. A culpa também deve-se a três outros fatores: uma globalização ruim, como no caso sites de relacionamento como o "Orkut", policiamento fraquíssimo em dias de jogos mais "picantes", como os clássicos (times do mesmo estado que se enfrentam); muitos até participam de alguma organizada, quando fazem parte de seu time de coração. E claro, presidentes de clubes que ajudam as organizadas dando-lhes ingressos de graça ou a preços baixos, quando comparado a uma entrada inteira.
Agora a questão que vem à tona é: torcida única, ou seja, a torcida do time mandante, só ela estar presente em cem por cento do estádio, seria a solução? será que não haveria outro jeito de evitar?
No meu ver, é super irracional esta fórmula de pensamento, já se reduziram para vinte por cento em clássicos e dez por cento quando é confronto contra times que não são do mesmo estado.
Como disse, é erradíssima esta conduta, isto porque, o futebol é o esporte do povo, e a cara do Brasil, é cultura, é paixão assim como carnaval, e você não se pode impedir um torcedor de ver seu time todo jogo que ele joga. Está certo que na Argentina o método adotado é este, e praticamente extinguiram as brigas lá, como dito, praticamente, ou seja, não é total e cem por cento certo de não haver mais. Se é para copiar alguém, copie o modelo certo, como na Inglaterra, em que a segurança dos estádios, policiais, ou seguranças, não davam "colher de chá" para os brigões, e iam tirando de um em um que causavam a discórdia das torcidas, e assim não haveria mais quem fizesse tal ato no estádio ou arredores, pois estaria agora visado e com medo de não poder tão cedo entrar em um estádio e ver seu time do coração.
Falam até em fim das organizadas, mas não tem como, as pessoas que participam das organziadas continuarão a fazer a mesma coisa, irão colocar camisas de tais cores e se reunirão para brigar. A medida a se a adotar, é a repressão a quem causa tumulto. Futebol é alegria, futebol é Brasil, futebol é o que causa a união dos povos em uma copa do mundo.
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