
Sete tópicos para o melhor esclarecimento do assunto em questão.
São eles:
1-Complexo de inferioridade do povo brasileiro.
2-Autores e escritores que incendeiam a questão com textos e matérias preconceituosas.
3-Mito busca explicação na questão das raças.
4-Índice per capita levado em consideração.
5-Regras gramaticais voltadas para Portugal.
6-Autores que tentam profetizar o fim do português brasileiro.
7-Professores de línguas estrangeiras que acusam brasileiros de serem ignorantes.
Vamos então começar a falar sobre esse trabalho por aqui.
-Tópico 1:
Complexo de inferioridade do povo brasileiro.
O povo brasileiro tem em si próprio um sentimento de fraqueza, uma espécie de falta de orgulho próprio, ou mesmo de sentimento nacionalista ou um mero orgulho.
Se esse mito é tão fortemente imposto uma das suas causas é o grande sentimento de inferioridade como um fardo de grande peso para o brasileiro perante Portugal, que foi colônia de nosso país. Parece que ainda somos interligados de uma forma ou de outra a nossa “mãe” (não é a toa que por coincidência ou não a vida no litoral é melhor e mais procurada de que a vida no interior do país, parecendo que estamos olhando sempre como uma criança desprotegida para nossa mãe) ainda nos dias de hoje em pleno século XXI.
Esses sentimentos tem até uma certa explicação, como: somos um país mais novo, menos civilizados, e por sermos maiores em quantidade de habitantes e territorial (noventa e duas vezes maior) nos sentimos desordenados e como quem procura alguém para manter ordem se espelhando em tal.
O português brasileiro (termo em homenagem à terrinha) é apenas falado de uma forma diferenciada, por possuirmos muitas culturas dentro do mesmo território, o que por sinal não é diferente para nossa “metrópole”; afinal mesmo em um país geograficamente bem menor que o nosso, indivíduos do sul e indivíduos do norte falam com sotaques e jeitos diferentes.
Desde pequeno, quando criança, o brasileiro está acostumado a falar de uma certa forma como ouviu, e chega em uma instituição de ensino e aprende de outra forma.
-Tópico 2:
Autores e escritores que incendeiam a questão com matérias e textos.
Autores de novelas, obras de arte, e etc. Além dos escritores de livros e artigos para jornal ou para um meio de veiculação que a população em grande ou pequeno número possam ter acesso tem grande culpa nesse mito.
Eles de uma forma ou de outra incendeiam a questão e a discussão sobre o tema tão polêmico quando publicam trechos em livros, revistas ou jornais apoiando a idéia de que o brasileiro é um povo ignorante e que realmente não sabe falar o “verdadeiro” português, isso segundo a tão polêmica “norma culta”.
O que é de estrondoso espanto é o fato de que são pessoas extremamente cultas, letradas, e o pior muito famosas, ou seja, tem uma influência muito grande sobre quem vê, lê ou ouve, isso porque a pessoa que recebe a mensagem mandada por eles tende a acreditar fortemente na tese e idéias que nos inferiorizam.
Autores estes como: Sérgio Nogueira Duarte, com um trecho do seu livro publicado no Jornal do Brasil (JB), em que dizia ao ser perguntado por todos onde é falado o melhor português, e o mesmo alega que seria somente em Portugal, uma vasta visão equivocada por parte do escritor. Outro que contribui e muito para nossa discussão foi o que André Stumpf escreveu sobre o tema, em que fala que os nossos irmãos do “além mar” falam bem melhores que nós o idioma deixando obvio e claro que mais uma vez seriamos os únicos errados da história e do falar.
Com declarações como estas caindo na mídia e diversos meios de comunicações temos de lutar com muita vontade contra, pois senão apenas deixaremos a maré nos levar e seremos sempre as vítimas.
-Tópico 3:
Explicação na questão das raças.
O mito é tão discutido que até a questão das raças é tido como uma das razões.
A miscigenação segundo muitos seria um dos grandes motivos para que o brasileiro fosse acusado de não saber falar a língua portuguesa direito, ou seja, seria por causa da mistura do povo de raça branca e pura européia com os negros escravos trazidos do continente africano na época da colonização e com os indígenas que aqui habitavam em largos números aqui no nosso atual território.
O Brasil seria um país subdesenvolvido por causa de uma mistura de raças dada como negativas e catastróficas , o que é uma inverdade, afinal uma coisa não liga a outra, e a própria história aliada com a ciência mostra que desde os primórdios da história do homem está comprovado por fatos e mais fatos que nunca houve a raça pura, já que os primeiros cidadãos da Terra, segundo a bíblia Adão e Eva eram um de pele branca e outro de pele de coloração mais escura, e se somos todos filhos e descendentes dos mesmos logo somos uma mistura de raças.
O que pode ter ocorrido para alguns pensarem que existem raças puras não somente no Brasil, mas também pelo mundo, é o fato de os povos se manterem “parecidos” assim como na Inglaterra e Alemanha que são todos muito brancos porque são países frios e apele não fica exposta a luz solar diretamente, só em pouquíssimos casos. No continente africano as pessoas tem a sua pele com a coloração negra ou de tom bastante escuro devido ao clima assim como no Brasil e nos países como Arábia, Iraque e Paquistão,em que há sol com maior intensidade e o clima é bastante quente.
Enfim, se uma raça não é pura, como todas não são, não existe língua pura, assim como querem desde muito tempo implantar como realidade.
-Tópico 4:
Índice per capita levado em consideração.
O índice per capita é outro fator a ser levado em consideração quando discutimos sobre o tema.
A renda do povo brasileiro sempre foi conhecida por ser baixa, sempre com dificuldades atreladas ao cotidiano.
O brasileiro é acusado de não saber falar português corretamente também por não ter um índice per capita que lhe dê o direito de termais que dois livros bons por ano, o que na França por exemplo como cita o autor, os habitantes tem acesso e condição de ler e comprar muitos livros, muito mais que os brasileiros por ano, eles tem um amor maior a leitura de que o nosso povo.
Dizer que o povo francês é muito mais culto que o povo brasileiro é de muita ignorância, isso porque o Brasil é um país em desenvolvimento e a França já é desenvolvida, além de que é mais fácil controlar um país pequeno e fazer riqueza, já um país como o Brasil fica difícil controlar e fazer distribuição, logo se não há renda para comprar nem comida muitas vezes, que dirá livros, tidos como objetos e artigos de luxo secundários.
O maior fator de todos também é de o Brasil ser noventa e duas vezes maior que a França, e muitas pessoas são analfabetas em nosso território, enquanto lá é caso raríssimo.
O Brasil tem cerca de mais de oito vezes a população da francesa, ou seja, é muito mais fácil possuirmos vastos números de analfabetos e carências escolares, ao contrário de um país de população bem reduzida perante nosso território, além é claro das questões do mau ensino e greves presentes em escolas e faculdades ao longo do país.
-Tópico 5:
Regras gramaticais voltadas para Português de Portugal
O brasileiro agora em mais um caso desse mito bastante polêmico pode ser defendido levando se em conta que as regras gramaticais são voltadas para o português de Portugal.
O brasileiro desde a época quando o sujeito aprende a ler e escrever começa a viver um conflito duríssimo para a pessoa: as normas cultas de um idioma que nem é falado em cem por cento no Brasil e sim em outro país, contra o que o indivíduo está acostumado a ouvir falar em casa, na rua, ou na comunidade em que ele vive.
Regras que não levam em consideração que vivemos em um país que tem diferenças no falar das próprias cidades, e que implantam um sistema lusitano de aprender, não é um sistema total, porém grande parte sim é constituído com base no sistema educacional e vocabular da terrinha.
Certa vez como conta o nosso livro, um aluno na época de vestibular é obrigado a ler notícias falsas e hipócritas em jornais e meios de comunicação; regras essas que não condizem com o nosso cotidiano e nem com a nossa própria norma culta, mesmo seguindo os padrões de Portugal. Não usar o verbo flexionado no gerúndio é uma das dicas, mas fica a pergunta: dica? Que espécie de dica é essa? Dica essa que não é nem usada ao pé da letra nem mesmo pelo portugueses; está certo que os mesmos ao invés de falarem por exemplo: estou fazendo o trabalho da professora Ariadne, falam: estou a fazer o trabalho da professora Ariadne, mas como próprios cidadãos lusitanos como a cantora Amália Rodrigues no filme “Fado de ciúme”solta um trecho assim: “Antes prefiro morrer/ do que contigo viver/ sabendo que gostas dela”, ou seja, ela soltou o tão “pobre” gerúndio.
Além de muitas outras formas ensinadas erradas como o tu e você e assim por diante.
-Tópico 6:
Autores e escritores que tentam profetizar o fim da língua.
Como se não bastasse o imenso preconceito de todos em torno do falar dos brasileiros no que diz respeito à língua portuguesa, eis que um novo ponto surge para apimentar o tema, o dos “profetas”.
Muitos autores e escritores querem bancar a fama de “profeta” e querer adivinhar o futuro dizendo que a língua está em largo processo de morte ou já praticamente dada como morta, mas isso desde muito tempo esses “sábios ingênuos” querem profetizar, ou tem algum motivo em especial para torcer para esse fato acontecer.
Deve haver algum motivo econômico para pessoas desse nível de querer dar tanta moral para Portugal; talvez seja o motivo de vender seus livros de gramática atual, que como o próprio Marcos Bagno diz em um trecho do livro”preconceitos lingüísticos” , em que os mesmos querem vender seus livros e produtos, e o povo compra cada vez mais e de nada adianta, porque mesmo com novas regras, e novos argumentos, infelizmente sempre o mesmo erro é cometido: a regra voltada para Portugal, ou seja, a pessoa compra o livro e acha que vai aprender com aquilo que diz o material que o cidadão comprou, pura enganação.
Mas uma coisa bate de frente com essa preconceituosa visão e tese: a cultura brasileira faz com que o português brasileiro não morra nem perca o prestígio, pelo contrário, através da MPB, outros estilos de música, cinema, e outras formas de artes fazem com que a infelicidade pela “adivinhação” seja plena.
-Tópico 7:
Professores de línguas estrangeiras que acusam brasileiros de serem ignorantes.
Segundo muitos professores de línguas estrangeiras, o povo brasileiro é ignorante e não sabe ao menos falar o seu idioma que tem de ser falado, que dirá falar a língua dos outros países como inglês, espanhol, francês, alemão, etc.
O que é engraçado e de grande praticidade é acusar problemas e concordar com o que uma maior autonomia ou maioria diz, porém o que é difícil de árduo é assumir os próprios erros e dificuldades e tentar mudar para chegar a uma quase perfeição; a acomodação é muito mais fácil.
Já que o preconceito é não sermos iguais em termos lingüísticos como a nossa “metrópole”, então vamos analisar um exemplo acima de nós mesmos, além de ser sempre um exemplo para o mundo, a relação de colônia-metrópole dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Inglaterra colonizava assim como Portugal colonizava o Brasil, os Estados Unidos. Pois bem, os Estado Unidos se tornaram independentes e hoje são a maior potência do mundo. Ao longo do tempo os Estados Unidos foi ganhando não só mais poder e status que a Inglaterra como mais conhecimento e cultura expandida pelo mundo, e logo o seu inglês foi considerado o inglês universal e a língua universal também.
Logo não estou falando que nossa língua, o português brasileiro seja a língua universal, e sim que peguemos o caso dito e analisemos. O Brasil é um país maior em território, potência e cultura que Portugal, porque não começar a fazer as mudanças?
E por fim se falam para nós analisarmos ao pé da letra e falarmos conforme as palavras escritas, então mais uma vez tomemos como exemplo países estrangeiros, no francês e inglês quase nenhuma palavra é falada ao pé da letra.